E então deu-me um daqueles baques que penso só se darem naqueles momentos finais de uma fase. Passou.
As memórias permanecem vívidas. Dos dias loucos e sem fim, das brincadeiras parvas, dos risos por razão nenhuma. De todas as pessoas maravilhosas que fui conhecendo ao longo dos anos. Das que ficaram e das que prosseguiram caminhos diferentes.
Hoje, novos rostos começam a sentir aquilo que senti há tanto tempo atrás: que vai ser assim para sempre; que a noite será sempre uma criança para quem tem alma jovem, mesmo, e quando, nascerem as rugas na face; que a sensação de pertença nunca vai passar; que todos os dias há uma nova aventura.
Não há que ter medo do fim. Na verdade, chega o momento que queremos um novo começo porque esta aventura já não é uma aventura e já não tem nada para oferecer. Os rostos vão mudando e tornam-se desconhecidos. E já nem os queremos conhecer.
A história será sempre bela e mágica. Os melhores anos da minha vida. Até agora.
Há o momento de dizer adeus. Não o corte profundo de quem tem que ir embora e nunca mais voltar. Fica-se. Mas o coração sabe que não há nada a acrescentar.
Observo os novos rostos e penso "Nem imaginam como eu te vivi e te amei Coimbra dos doutores, como tu e as tuas (minhas) pessoas foram o meu verdadeiro lar". E sorrio, porque estou na posse de um segredo que eles ainda não conhecem.