Fechei os olhos. Senti a brisa a soprar. Respirei.
Não estavas em lado nenhum.
Respirei.
Não quis abrir os olhos.
Dei um passo.
E a seguir outro.
Avancei, apalpando o redor.
Tropecei.
Cai.
Mas recusei-me a abrir os olhos.
E se abrisse e não estivesses lá?
Fiquei prostrada ali. Em nenhures.
As minhas mãos não reconheciam o local. Apalpavam, faziam feridas em pedras afiadas.
E eu não abria os olhos.
Respirei.
Com os olhos fechados ouvia apenas o som das folhagens das árvores longe, ao redor.
Sentia o cheiro de terra molhada.
Será que tinha chovido?
O quanto eu queria ver.
Será que havia animais?
Será que havia flores?
Será que havia lagos, árvores?
Será que havia outras pessoas?
E se não estivesses lá?
O que iria acontecer?
De repente não pareceu tão importante.
Abri os olhos.
Não estavas.
Mas era tão mais fácil avançar de olhos abertos.
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